Você já foi dormir com a sensação de que o dia não rendeu? Você já acordou com a sensação de que tem tantas coisas pra fazer ao longo do dia que ele já começa “Tempo 3 X 0 Você”? Então, acho que é assim que estou me sentindo esta semana!
Pensando sobre isso, lembrei-me de que vivo e estou absolutamente inserido em uma sociedade utilitarista. Poderíamos ficar refletindo sobre as causas que nos levou a chegarmos onde estamos, mas falar muito de teoria quando o assunto é
utilitarismo, parece-me um pouco contraditório.
Todos nós, ou pelo menos a maioria, temos a necessidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo para dar conta de todas as demandas às quais nos submetemos. Por exemplo, criaram os eletrodomésticos para agilizar e simplificar a vida em casa, o carro para facilitar os deslocamentos, a internet para facilitar a comunicação; porém, a cada “facilitador da vida” que adquirimos parece que ficamos mais sem tempo.
Talvez, a chave dessa questão esteja no fato de que nosso mundo é movido por forças econômicas, políticas e sociais que lutam dia após dia entre si para conseguir mais recursos. E, neste caso, estou usando a palavra recursos como sinônimo de dinheiro; aquele pedacinho de papel ou simplesmente um cartão com chip que te possibilita comprar algumas coisas que são realmente úteis para sua sobrevivência e inúmeras outras coisas que vão te dar mais dor de cabeça para pagá-las do que vão te ajudar mesmo.
Neste momento me pergunto, e imagino que você, que também vive em uma sociedade que se questiona sobre a utilidade das coisas, esteja se perguntando: qual é a utilidade de pensar acerca dessas coisas para leitores de um blog cristão? Então, não tenho todas as respostas, embora acredite que possa fazer alguns apontamentos.
A lógica do mercado não permite que você viva, pelo menos nos lugares onde eu vivo, sem que você tenha que tentar ganhar dinheiro para comprar o que você quer a todo custo. Sendo assim, a ideia do “tempo é dinheiro” está impregnada em nossas mentes. E ela caminha conosco, inclusive, quando estamos na igreja, lendo a Bíblia, fazendo uma devocional, ajudando alguém, etc.
Com isso, até as relações têm, muitas vezes, se baseado na pergunta: pra que isso, ou essa pessoa me serve? Sei que é duro admitir isso! Mas quantas vezes não conversamos com alguém, mesmo que inconscientemente, pensando no que ganhamos em troca?!
A lógica do “serve pra quê?” é tão forte que nos obriga a viver nosso dia a dia como se não tivéssemos tempo e direito à folga, ao descanso, ao abraço, ao sorriso, ao olhar, ao parar, ao admirar, ao amar...
E isso não se parece nem um pouco com o que leio nas páginas das Sagradas Escrituras. Nelas, vejo homens e mulheres que têm seus afazeres e que sabem que sua dignidade não está no fato de que eles são úteis para ganhar dinheiro e produzir bens, mas no fato de que são alvos do amor de um Deus Bondoso que nos criou para sua glória (Efésios 1.12).
Nossa "utilidade" está na possibilidade de amar e de ser amado(a); sou "útil" e "sirvo" para algo a partir do momento em que descubro que sirvo para servir! E nisso, descubro o verdadeiro sentido da vida.
Gostaria de acordar amanhã com as palavras do evangelista em minha mente: “assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5.16)
Quero me levantar a cada manhã, lembrando-me de que posso fazer a diferença na vida das pessoas e que isso glorifica a Deus, meu Criador. Quero ir dormir, a cada noite, percebendo que tive tempo de trabalhar, estudar, ler, meditar, ajudar, olhar, abraçar, amar; viver, não apenas sobreviver...
E peço, humildemente, “Deus que me sondas e conheces” (Salmo 139.1), que no final deste dia, sinta sua doce voz me dizendo: fizemos muita coisa hoje juntos, meu filho(a); amanhã tem mais...

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